O blog Conceitos Táticos, como o próprio nome entrega, visa abordar os conceitos táticos no mundo do futebol. Meu objetivo é analisar, provocar, fazer pensar, discutir e tirar dúvidas sobre o assunto. Estou sempre aberto a opiniões, sugestões, críticas, perguntas, discordâncias e etc.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Conhecendo Nossos Adversários: o Chile

Nosso primeiro adversário após nos classificarmos para a fase final será a seleção do Chile. Uma seleção taticamente bem organizada, rápida, que gosta de controlar o jogo e tem bons valores individuais.

Seleção Chilena será a próxima adversária: promete dar trabalho, mas tem defesa baixa e fraca no jogo aéreo.

Organizada em um 3-5-2 bastante móvel, tem na defesa seu ponto fraco: Silva pela direita, Jara pela esquerda e Medel na sobra são esforçados, porém razoáveis no combate e baixos. O ponto fraco defensivo são as jogadas aéreas. Não sofreu gols da Espanha e sofreu gols da Holanda e da Austrália dessa maneira.

No meio de campo, Isla e Mena são os alas que dão amplitude e profundidade ao time, procurando sempre o fundo do campo e fazendo parcerias com os atacantes Vargas e Sanches. Días é o primeiro volante, responsável pela cobertura defensiva e saída de bola, com bom passe. Aranguíz atua entre as intermediárias, ajudando Días na marcação e na saída de bola e também colaborando com as ações ofensivas da equipe. Vidal é o principal articulador da equipe, atuando solto pelo campo e sem muita responsabilidade defensiva. O meio de campo tem bastante dinâmica e rotação de posições ao longo da partida e busca atuar sempre em velocidade, confundindo a marcação adversária.

Na frente, Vargas e Sanches são dois jogadores de velocidade, que buscam o jogo, jogadas de fundo ou o centro da área dependendo da situação de jogo.Se a bola está mais pela direita, Sanches participa, fazendo parceria com os meias e Isla, e Vargas centraliza como centroavante. Se a bola está pela esquerda, ocorre o inverso: Vargas participa, fazendo parceria com os meias e Mena e Sanches centraliza como centroavante.

Tentará controlar o jogo, com meio e ataque bastante móveis e rápidos. Conta com bons valores individuais, destaque para Vidal e Sanches.

É uma seleção que gosta de jogar e partir para cima, e contra o Brasil não deve ser diferente: vai tentar impor seu jogo, deixando assim espaços atrás que o Brasil pode aproveitar. Devem entrar no jogo impondo bastante intensidade, em busca do primeiro gol, para assim controlar o jogo.

PONTOS FORTES: Organização tática, mobilidade e velocidade da equipe e intensidade de jogo.


PONTOS FRACOS: A jogada aérea defensiva. A possibilidade de deixar espaços na defesa ao tentar impor seu jogo.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Conhecendo Nossos Adversários: O México

Após vitória na estreia, a seleção brasileira irá enfrentar o México, equipe bem montada e que historicamente dificulta para nós. Assim como o Brasil, o México também venceu na estreia. Teremos portanto um duelo de líderes, cujo vencedor praticamente se garante na segunda fase.

O México historicamente complica para o Brasil, e será um duelo de líderes do grupo!

Após campanha hesitante durante as eliminatórias da Concacaf, o México se reinventou com o treinador Miguel Herrera. Com três zagueiros, o desenho tático varia durante a partida de acordo com o posicionamento de seus atletas. Os zagueiros Rodrígues (pela direita) ou Moreno (pela esquerda) abrem como laterais, empurrando o ala (Aguilar pela direita ou Layún pela esquerda) para formar o meio de campo com Errera e Guardado. O ala pelo lado oposto recua, formando uma linha de quatro. Isso acontece principalmente quando a equipe adversária conta com um atacante só, e os movimentos são muito bem coordenados.

No meio, Vásques é o  volante, responsável pela intermediária defensiva e por coordenar a saída de bola, com passes curtos e certeiros, procurando principalmente os meias Errera e Guardado. Tendo recebido a bola, os meias definem a jogada: passe em profundidade para os atacantes Santos e Peralta, tabelas rápidas pelo meio da defesa ou abertura para os alas Aguilar e Layún, que procuram a linha de fundo. Um bom leque de jogadas ofensivas.

No ataque, mesmo Santos sendo mais articulador e Peralta mais finalizador, eles se movimentam bastante, trocando constantemente de posição e procurando finalizar ou dar continuidade ás jogadas descritas acima: procuram a diagonal nas costas dos zagueiros para receber passes em profundidade, recuam para fazer a parede nas tabelas rápidas e buscam o centro da área quando a bola á aberta para os alas. Giovanni dos Santos foi a surpresa do primeiro jogo. Antiga promessa do Barcelona que não vingou e roda por times medianos, fez jus á camisa 10 nas costas e foi o responsável pelas principais jogadas da equipe. O jovem Oribe Peralta, carrasco brasileiro nas Olimpíadas de 2012 e responsável por deixar “Chichiarito” Hernández no banco, tem velocidade e poder de finalização, tendo sido o responsável pelo gol da vitória na estreia, porém por vezes peca na tomada de decisão e no controle de bola.

O México parte do 3-5-2, porém apresenta variações no desenho tático, de acordo com movimentações bem coordenadas entre os atletas.

No caso, Rodríguez abre como lateral direito, "empurrando" Aguilar para a linha dos meias. Do lado oposto, Layún recua, formando uma linha defensiva de quatro jogadores. Do outro lado isso também ocorre: Moreno abre pela esquerda, empurra Layún para atuar ao lado dos meias e Aguilar recua na direita, entrando na linha defensiva.

Na entrevista após a estreia, o treinador Miguel Herrera afirmou que “o Camarões não é o Brasil”, dando a entender que talvez mude um pouco a estratégia de jogo na próxima partida, trocando o grande volume ofensivo, com marcação pressão alta e controle de posse de bola por linhas mais recuadas e procurando explorar a velocidade de seus atacantes com passes em profundidade e contra-ataques.

PONTOS FORTES: Equipe bem coordenada na variação do desenho tático, com um bom leque de jogadas ofensivas.


PONTOS FRACOS: Insegurança na jogada aérea defensiva.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Conhecendo nossos adversários: a Croácia

Na abertura da Copa do Mundo, iremos enfrentar a adversária tecnicamente mais forte do grupo: a Croácia.  Felipão fez um coletivo com os reservas simulando uma retranca (válido se preparar para diversas situações), porém o meia adversário Modric deu a senha em entrevista: “Queremos mais posse de bola que o Brasil”.

A talentosa seleção croata quer mais posse de bola que o Brasil, e tem condições para tal.

E não é ilusão, viagem ou provocação. A seleção croata joga com a bola no pé, defesa alta e marcação pressão. Em alguns jogos das eliminatórias o técnico Niko Kovac chegou a escalar três meias técnicos (Modric, Raktic e Kovacic, jogadores de destaque respectivamente do Real Madrid campeão da UCL, do Sevilla campeão da Liga Europa e da Inter de Milão) e mais três atacantes. Os meias devem procurar rodar bastante a bola, procurando os pontas bem abertos, os arremates de média/longa distância e os passes em profundidade.  Outra forte arma da seleção croata são os lances de bola parada (sendo que Raktic, e não Modric, é o principal responsável pelas cobranças de faltas e escanteios).

O mapa da mina do Brasil pode estar justamente no jogo ofensivo croata: grande parte dos gols sofridos pela Croácia nas eliminatórias foi em bola longa nas costas dos zagueiros, jogada que a seleção brasileira realiza com grande qualidade. Tendo em vista isso, existe a possibilidade de Niko Kovac recuar um pouco as linhas e até de aproveitar a ausência do suspenso Mandzukic para escalar um volante, adiantando Kovacic e centralizando Olic. O desenho dificilmente irá fugir do 4-3-3, e, mesmo que recue um pouco as linhas, não imagino uma Croácia retrancada. Como dito no início do texto, acredito em Modric: eles vão procurar ficar com a bola. Promessa de jogo aberto e de qualidade técnica.

No 4-3-3, seleção bastante ofensiva, que deve procurar rodar bastante a bola, porém deve recuar um pouco as linhas em relação ao habitual, para não expor os defensores ás bolas longas dos brasileiros.

PONTOS FORTES: Jogadores altamente técnicos no meio de campo, capazes de manter a posse de bola e achar passes em profundidade.

PONTOS FRACOS: O grande número de gols sofridos em bolas longas nas costas dos defensores, justamente uma das armas do Brasil de Felipão.