O blog Conceitos Táticos, como o próprio nome entrega, visa abordar os conceitos táticos no mundo do futebol. Meu objetivo é analisar, provocar, fazer pensar, discutir e tirar dúvidas sobre o assunto. Estou sempre aberto a opiniões, sugestões, críticas, perguntas, discordâncias e etc.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Atlético-MG de Cuca: Intensidade, Mobilidade e Velocidade


            Alex Fergunson está se aposentando agora após mais de duas décadas no comando do Manchester United, e os clubes brasileiros parecem estar descobrindo agora uma receita simples de sucesso: manutenção do técnico, pequenos ajustes no elenco e tempo e tranqüilidade para colher os frutos do trabalho. Foi assim com o Corinthians de Tite, campeão da Libertadores e do mundo e está sendo assim agora com o Atlético-MG de Cuca, dono do futebol mais vistoso do ano. A continuidade e os pequenos ajustes no bom trabalho do ano passado (o principal deles a contratação de Diego Tardelli) traz resultados que uma reformulação drástica (recurso comum por aqui) dificilmente traria.

O quarteto ofensivo do Galo: qualidade, continuidade, trabalho e entrosamento entre os segredos do sucesso.
            No atual texto irei focar na dinâmica do quarteto ofensivo atleticano (e bota dinâmica nisso). No desenho inicial, temos Ronaldinho na articulação central, Diego Tardelli pela direita, Bernard pela esquerdae Jô na referência. Porém não vemos em campo esse desenho inicial sendo respeitado. Há muita troca de posição e de função durante as partidas, aproveitando a qualidade e o entrosamento dos atletas e indefinindo a marcação da equipe adversária. Jô recua, os atacantes pelos lados fazem diagonais e aparecem como referência, Ronaldinho abre pela esquerda... tudo isso com o apoio principalmente de Marcos Rocha pela direita e de Leandro Donizete pelo meio.
            A impressionante capacidade física de Jô é bastante e muito bem explorada pela equipe, que usa bastante dos lançamentos longos, principalmente de Rever e Leandro Donizete. Cabe aqui uma ressalva: as “quebras” de bola procurando Jô não se dão por falta de recursos ofensivos da equipe, mas sim como uma poderosa arma, muito bem treinada e muito bem articulada.
            Nas fotos abaixo, vemos quatro situações diferentes ocorrendo nos quatro gols do Atlético na partida contra o São Paulo pela Libertadores. Escolhi o mesmo jogo para retratar como em um único hoje a equipe pode usar um grande leque de armas. Reparem como os gols saem de diversos setores do campo: lançamentos longos, jogadas pela direita e jogadas pela esquerda. 
            A imprevisibilidade do futebol não permite cravar o Atlético como campeão da Libertadores ou do Brasileirão, mas é hoje o time que mais encanta e impressiona no Brasil. A velocidade e a intensidade impostas, principalmente em casa, a fome de gols, e tudo isso de maneira muito bem treinada, articulada e executada. Torcemos para ver mais equipes como o Atlético-MG de hoje. 

No primeiro gol: Jô voltou para disputar lançamento pelo alto e ficou na posição do articulador central. Tardelli partindo da direita, Ronaldinho abrindo pela esquerda e Bernard na referência.

No segundo gol, jogada pela direita: time "certo" com Tardelli na direita, Ronaldinho na articulação central , Jô na referência e Bernard na esquerda.

No terceiro gol: Jô volta para ajudar a marcação e deixa Tardelli na referência, aproveitando sua velocidade na transição ofensiva rápida, partindo de uma ligação direta do goleiro Victor.

No terceiro gol, Ronaldinho arranca pela esquerda mostrando seu repertório de dribles, enquanto Tardelli está na referência, Jô na posição do articulador central e Bernard dessa vez pelo lado direito.