O blog Conceitos Táticos, como o próprio nome entrega, visa abordar os conceitos táticos no mundo do futebol. Meu objetivo é analisar, provocar, fazer pensar, discutir e tirar dúvidas sobre o assunto. Estou sempre aberto a opiniões, sugestões, críticas, perguntas, discordâncias e etc.

sábado, 15 de março de 2014

Especial Favoritos da Copa: Espanha

Abro aqui minha série de análises das seleções favoritas á Copa do Mundo falando sobre a atual campeã: a Espanha.  Uma equipe talvez um pouco envelhecida, cujos astros já passaram do auge, porém ainda perigosíssima e grande candidata.  Vicente Del Bosque, já há seis anos no comando, não deve trazer grandes novidades, mantendo o time campeão do Mundo e bicampeão da Eurocopa.

A base do time continua a mesma dos últimos seis anos vitoriosos.

Três goleiros experientes (Casillas, Valdés e Reina), sendo que Casillas deve ser o titular, mesmo não tendo vaga cativa no Real Madrid. O jovem De Gea, titular do Manchester United, deve esperar até 2018.

A linha defensiva, composta por quatro jogadores, deve contar com Piqué e Sergio Ramos no comando da defesa e Jordi Alba na lateral esquerda.  Na direita, Juanfran, em grande fase no Atlético de Madrid, vem sendo testado nos últimos amistosos (tendo inclusive feito um gol) e pode surgir como novidade, no lugar do fraco Arbeloa.

A dupla de volantes deve ser composta por Busquets e Xabi Alonso. Busquets contribui com o primeiro passe certo e o senso de cobertura e ocupação de espaços, enquanto Alonso “quebra” o ritmo do “Tiki Taka” catalão com inversões e bolas longas.  Com Alonso em declínio físico e Thiago Alcântara em grande fase, o segundo pode surgir como titular, dando mais dinamismo ao meio de campo e deixando a seleção mais parecida com o Barcelona, mais cadenciada, porém perdendo a acelerada que Xabi Alonso proporciona.

No meio de campo, Xavi segue absoluto como cérebro da equipe, comandando as ações ofensivas em parceria com Iniesta, que atua mais pela esquerda, mas procurando bastante o centro do campo. Pela direita, o titular deve ser Pedro, mais atacante, que visa dar maior profundidade á equipe, deixando-a mais agressiva. Pedro atua em diagonal, sempre procurando o gol. David Silva, excelente meia do Manchester City, deve ficar como opção no banco, assim como Cazorla. Escalar um dos dois no lugar de Pedro qualificaria ainda mais a qualidade do passe, porém deixaria a equipe com dificuldades em penetrar a defesa adversária, e Vicente Del Bosque, mesmo aproveitando as características do Barcelona, gosta de equipes mais agressivas. Jesus Navas (ou Koke, que foi pouco testado por Del Bosque mas pode  aparecer na convocação final) fica como opção para buscar a linha de fundo no caso de enfrentar uma defesa muito fechada, ou buscar o contra-ataque em caso de vitória parcial.

Se até o meio de campo a equipe está praticamente definida, a maior dor de cabeça de Del Bosque está no comando do  ataque. Llorente, Soldado, Negredo e Torres já ganharam suas chances, mas nenhum deles inspira total confiança. A última cartada é o brasileiro naturalizado Diego Costa, a antítese do “Tiki Taka” catalão. De estilo rompedor e polêmico, pode ajudar a furar retrancas adversárias. Deve ser titular na Copa, tendo como opção no banco um finalizador (Soldado ou Negredo). Torres, de boa inteligência tática e capaz de ficar na linha dos zagueiros para receber livre sem ficar impedido, deve ser opção para contra-ataque em caso de vitória parcial, quando a equipe adversária se adianta. Alternativa também é Fábregas atuar como falso centroavante, recuando para armar e abrindo espaços para as diagonais de Pedro e Iniesta.

No meio: Busquets como primeiro volante e Alonso com mais liberdade, verticalizando o jogo. Iniesta ora centraliza para armar com Xavi, ora infiltra na área, sempre partindo da esquerda, enquanto Pedro é mais atacante, com infiltrações a partir da direita, buscando a diagonal em direção ao gol.

PONTOS FORTES: equipe pronta, ainda a base campeã da última Copa do Mundo e das duas últimas Eurocopas.


PONTOS FRACOS: principais atletas já em declínio físico e a falta de um camisa 9 realmente confiável.