Para estrear o blog resolvi abordar o tema aproximações. O conceito é básico: quando um atleta tem a bola, seus companheiros de equipe se aproximam, oferecendo uma opção de passe. Se isso for sempre bem executado, o time se beneficia com a manutenção da posse de bola. Simples, certo? Nem tanto.
O maior modelo que temos hoje é o Barcelona. Eles jogam um futebol “de outro planeta”, com muitos passes, aproximações, trocas de posiçõs e paciência com a bola. O tal do “tiki taka”. Para entender melhor, uma seqüência de imagens abaixo que ilustra um pouco do que eles fazem: quase sempre o indivíduo que tem a bola tem duas opções imediatas de passe, formando assim um triângulo. Reparem como as opções são oferecidas em qualquer parte do campo e como, mesmo pressionados, eles se apresentam pro jogo e continuam trocando passes curtos, sem rifar a bola.
Agora, reparem nessa seqüência de imagens a dificuldade que os times brasileiros têm de realizar aproximações. Eles apostam no jogo mais verticalizado, em direção ao gol.
Cortez isolado com a bola: Casemiro recuando pra fazer a cobertura e os outros dois circulados indo em direção a área: a única opção do Cortez é partir para a jogada individual e tentar o cruzamento: deu errado.
Luan totalmente sozinho após uma inversão de jogo. A única opção era partir para a jogada individual. Deu errado.
Juninho com a bola pela esquerda: companheiros distantes e escondidos atrás da marcação.
Neymar marcado por dois e companheiros escondidos atrás da marcação. Perdeu a bola.
Aí fica a pergunta: é tão difícil assim aplicar esses conceitos nos times?
Para que essas aproximações sejam sempre bem realizadas, é necessário que os atletas tenham leitura de jogo e saibam a cada momento onde se posicionar a para onde correr. Para isso, eles precisam estar sempre concentrados e prestando atenção no que acontece ao seu redor (movimentação da bola, dos companheiros, dos adversários) e localizar espaços vazios.
É muito mais fácil para o técnico ter jogadores obedientes taticamente que fazem o que ele determina que criar jogadores inteligentes que saibam pensar o jogo. Isso começa nas categorias de base e passa pelo profissional. Enquanto tivermos essa produção em série de jogadores fortes e rápidos, porém sem leitura tática, será difícil aplicarmos esse conceito e a busca incessante por um “camisa 10 clássico” continuará a fio por anos.
E aí? Que tal incentivarmos os jogadores a pensar?
Ótima análise, Iabutti!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, aguardando novas atualizações.